quinta-feira, 26 de maio de 2011

Casa Cor 2011: um olhar crítico

por Lúcia Vale

 
Boulangerie

A Casa Cor São Paulo 2011 apresenta vários projetos viáveis. Embora seja um evento mais voltado à decoração-conceito, cujos participantes podem explorar e extrapolar ao máximo sua criatividade, considero que, neste ano, muitos dos trabalhos exibidos têm forte potencial de viabilidade de execução, tanto no que concerne ao aproveitamento dos espaços, quanto às paletas de cores adotadas, bem como aos materiais.
Um espaço que pode ser considerado um bom exemplo é a Boulangerie, da arquiteta Carla Dias. Nele há uma interessante mistura de materiais rústicos e modernos, com os quais é possível observar também a inusitada paleta de cores, em que cores neutras dialogam com uma variada gama de peças coloridas aplicadas em painéis nas paredes. Nesse sentido, projetos assim fazem jus ao nome do evento.
O destaque desse projeto vai para o uso do roxo e do lilás, demonstrando uma certa ousadia por parte da profissional. Da mesma forma, o projeto luminotécnico contribui para incrementar a atmosfera do ambiente, uma preocupação que não é exclusividade desse ambiente.

Sala multiuso

Na sala multiuso, de Carla Dichy, a paleta de cores neutras mostra que essa tendência não foi posta de lado, e convenhamos, tem um forte apelo comercial, o que está longe de ser ruim, afinal, um projeto como esse é sempre garantia de aceitação. A quebra da monotonia das cores se faz pela escolha das texturas, aplicadas estrategicamente em pontos isolados.
Um cliente que escolher um ambiente assim pode ainda incrementar nas almofadas e em tapetes, tendo o cuidado, apenas, de não fugir muito da paleta proposta, nem da linguagem geométrica adotada, nitidamente presente na estante – de design incomum, mas pouco prática.



Casa Cor Primal

Na década de 80, eu já adotava o verde para cozinha - algo raro na época – e cuja aceitação era bastante restrita, afinal a cor da moda era o caramelo. Nessa proposta, a designer adotou uma cor que já fora vista na feira Office Solution de 2010, apresentada pela Securit.
Portanto, embora não seja assim uma novidade, o ambiente de Jóia Bergamo utiliza com parcimônia o verde-azulado, numa tonalidade neutralizada, o que contribui para a leveza do projeto. No mais, não há muita novidade: poltronas Tulipa, balcão de serviço integrado à mesa de refeições e também à área de trabalho. O fato é que o conceito espaço gourmet ainda se mantém firme nesta edição da Casa Cor.

Floricultura

Quem trabalha no ramo – eu já trabalhei – sabe que, na prática, essa distribuição não funciona. A beleza de uma floricultura está nas flores e nada deve competir com elas. Contudo, a escolha do fundo neutro foi feliz, justamente por não acirrar essa competição. Outro problema que vejo é a iluminação: precária para uma floricultura, pois faltam spots dirigidos com lâmpadas com IRC 100 e filtro ultravioleta, o que há de melhor para iluminar “mercadorias”  do gênero. E se não fosse pela exposição dessas poucas “mercadorias”, esse ambiente bem poderia ser o hall de um edifício residencial.

Fonte das imagens: portal Tecto – Ação Editora - acesso em 26/5/2011



quarta-feira, 18 de maio de 2011

Arranjo de Girassol na Decoração


            A flor conhecida como girassol, cujo nome científico é Helianthus annus, tem-se tornando cada vez mais frequente em arranjos e em jardins. Essa flor é valorizada por paisagistas e decoradores pela beleza e pelo aspecto exótico que confere à decoração,  especialmente por causa da cor amarela vibrante.
            O girassol, com seus talos altos e firmes, permite fácil manuseio para confecção de arranjos florais. Com apenas poucas flores e algumas folhagens de porte grande, é possível realizar criativos arranjos, quer sejam rústicos ou mais sofisticados.
O arranjo rústico é apropriado para eventos ao ar livre, em sítios, chácaras ou jardins. Para se criar o efeito rústico, é aconselhável começar pela base: cachepôs de troncos de madeira (foto), casca de árvore ou de cipó. Utilize muita folhagem de tamanho largo (palmeira areca-bambu ou costela-de-adão) para dar volume ao arranjo. Acrescente junco verde, junco seco, papiro e outras flores menores à livre escolha. Se você vai dar uma festa à noite, acrescente uma vela aromática ao arranjo – essências de coco ou citronela. A essência de coco é adocicada e desperta o apetite. A citronela, por sua vez, é aconselhável para lugares propensos à presença de mosquitos indesejáveis.
            Você pode dispor os arranjos no chão ou sobre pedestais de bambu, guarnecidos de tecidos rústicos, como a juta, por exemplo (foto). Já os arranjos menores podem ficar dispostos sobre as mesas de refeições o ou nas bancadas de serviço.

Outro tipo de arranjo que se pode fazer com o girassol é o arranjo sofisticado, em base de vidro transparente ou colorido. Uma sugestão: combinar o amarelo natural do girassol com o azul da crista-de-galo tingida, numa base de vidro também azul. Essa combinação vai bem em ambientes modernos, que abusam de móveis escuros e com estofados de cores neutras, sobre base de fibras sintéticas.
Geralmente, a durabilidade de um arranjo de girassóis é de quatro dias, em média, dependendo da temperatura ambiente (cerca de 22ºC) e dos cuidados, tais como a rega diária e a retirada de flores e de folhas murchas. Os cachepôs, cuja durabilidade é maior, podem ser reaproveitados para os próximos arranjos.



Fotos: Lúcia Vale