domingo, 13 de março de 2011

Design Anos 50

O período do pós-guerra ficou marcado pelo consumo desenfreado, típico das épocas que se seguem a grandes depressões. Na decoração, jogava-se fora tudo o que se julgava velho, aderia-se a um novo estilo de mobiliário, o que significava um estilo de vida moderno e dinâmico.
A partir da década de 1950, o design modernista tem total adesão da classe média, cujo discurso foi amplamente difundido pela mídia crescente: revistas, rádio e TV. No Brasil, as experiências de linhas modernistas da década introduziram o design e a linguagem moderna no mobiliário nacional. Traçando uma dessas bem-sucedidas empreitadas, Marlene Acayaba resgata a história dos móveis Branco & Preto, cuja loja, de mesmo nome, foi inaugurada em São Paulo, em 1952, pelos arquitetos Miguel Forte, Jacob Ruchti, Plínio Croce, Roberto Aflalo, Carlos Millan e Chen Y Hwa.
             Contemporâneos de Joaquim Tenreiro, considerado o mestre de todos, o grupo de arquitetos queria conceber uma linha de móveis que se adequasse aos novos ambientes modernos que surgiam àquela época para os paulistanos. Sua produção está agora registrada e temos condições de constatar que os móveis Branco & Preto ainda hoje conservam sua elegância e leveza.


Características:
Planta livre (ideia original de Le Corbusier) e mezaninos
Cores neutralizadas: bege, verde-musgo, verde oliva, fêndi, madeira
Frigorífico: Modelos gigantescos em cores vivas, formas arredondadas
Persianas: de cores neutralizadas (vermelho, verde-lima, amarelo e rosa-choque, verde-musgo); cores pastéis;
Tecidos com estampas abstratas;
Objetos kitsch : baldes de gelo e jarras de suco em forma de abacaxi, imagens de patos voando pelas paredes e bibelôs dinâmicos como bonecas havaianas e cães, pinguins sobre a geladeira
Pastilhas de cerâmica
Madeiras: caviúna e jacarandá



Fonte das imagens:
Revista Casa Cláudia, ano 31, nº 7, julho de 2007, págs. 26,36, 37,67, 97,108,126.

quarta-feira, 9 de março de 2011

O que é Feng Shui?

Este conteúdo está também no Programa Visita Vip, Rádio USP, em 18/10/2010


Literalmente, Feng Shui (lê-se [fong shoei]) significa “vento e água”. Sua prática data de cerca de 5000 anos, na China. “Vento” remete à energia do ar, e “água”, substância que dá origem à vida. Os antigos mestres chineses do Feng Shui acreditavam que a energia que flui pela natureza, o Chi (pronuncia-se [ki]), estava presente na interação entre os cinco elementos básicos: ar, água, fogo, madeira e terra. É, portanto, um conhecimento baseado na compreensão das forças na natureza, influenciado, principalmente, pelo campo geomagnético terrestre.

O Feng Shui é adivinhação? Promove milagres?
Não. Não é possível usar as técnicas do Feng Shui para realizar adivinhações ou promover curas milagrosas. Não existe uso do Feng Shui para se ganhar na loteria ou para curar doenças incuráveis. Se alguém prometer isso a você, será puro charlatanismo. Feng Shui busca a harmonização do ambiente com relação à circulação de energias da natureza. Não serve para resolver todos os males da humanidade, porque estes dependem de inúmeros outros fatores.

Feng Shui tem relação com algum tipo de religião? É esoterismo?
Não. Embora tenha origem chinesa, nada tem a ver com qualquer tipo de religião oriental. Esse estudo está baseado em práticas empíricas de observação de fenômenos naturais. Embasa alguns de seus fundamentos no Taoísmo, mas é mais por uma questão filosófica do que por mero esoterismo.

Feng Shui usa amuletos mágicos?
Não. Alguns consultores de Feng Shui costumam sugerir como “curas” o uso de certos amuletos ou talismãs, como flautas de bambu, espelhos, cristais. Isso tudo é fruto de crendices e superstições que foram agregados ao Feng Shui no ocidente, muitas vezes, por mera coincidência. É claro que um espelho bem posicionado pode dar sensação de amplitude e proporcionar maior luminosidade a um ambiente, tornando-o mais acolhedor. Por outro lado, o uso indiscriminado de espelhos também pode ser maléfico. Sinos de vento podem ser agradáveis para algumas pessoas e irritante para outras. Imagine que triste seria a cura por sino de vento para alguém que não gosta de ouvir o seu som o dia inteiro. No entanto, ele pode ser útil a quem mora em lugares propensos a tornados, por dar aviso da aproximação de uma tempestade. Uma coisa é certa: o Feng Shui não pode mudar a configuração climática da Terra.

Como devem ser as curas pelo Feng Shui?

As curas propostas pelo Feng Shui não devem ser aparentes ou escandalosas, fazendo de sua casa ou escritório um templo chinês. A aplicação correta das curas deve ser discreta e natural, de forma que quem entre em sua casa ou em seu escritório, nem perceba que ali houve intervenção do Feng Shui, a não ser pelo bem estar que o ambiente proporciona.

O que o profissional de Feng Shui deve fazer numa consulta?
Primeiramente, o profissional qualificado deve levar em consideração quatro itens principais: a construção, as pessoas, o ambiente e o tempo. Para isso, o profissional deve ter as seguintes informações:
1. A data de nascimento dos habitantes
2. A data em que a construção foi feita
3. A data em que as pessoas mudaram para o local
4. A planta baixa do local em escala
5. Analisar o local pessoalmente


É possível fazer consulta à distância?

Consulta completa não. Somente dar algumas orientações básicas. Mesmo assim, se o cliente insistir, ele precisará passar ao consultor dados importantes como: planta baixa, com indicação dos pontos cardeais (o norte já é suficiente); medidas do ambiente em metros, posicionamento atual dos móveis, além das informações da questão anterior. Isso tudo dá muito trabalho; às, vezes, é mais fácil chamar o profissional in loco.

Quais são os primeiros procedimentos do consultor de Feng Shui?

Antes de tudo, a primeira coisa a ser examinada é o ambiente externo (o entorno: se há prédios altos, se há árvores, rio, córrego, etc.). Depois, deve-se examinar o ambiente interno: posicionamento de móveis, portas, janelas, existência de vigas, escadas, etc.) Então, o profissional irá calcular as direções (pontos cardeais) usando uma bússola, para proceder ao estudo com o Ba-Guá.

Quais são os principais problemas encontrados pelo consultor de Feng Shui?

Externamente, a presença maciça de prédios altos, ruas transversais, elementos que obstruem passagem ou visibilidade, tais como árvores na frente da porta, postes, obeliscos etc. Internamente, encontram-se: coisas entulhadas, objetos velhos e inúteis atravancando os espaços; sujeira; umidade; cores usadas de maneira inapropriada; iluminação precária; portas mal posicionadas, etc.

É possível conciliar uma decoração bonita e moderna ao Feng Shui?

Como dito antes, um ambiente não precisa (aliás, nem deve) demonstrar que teve intervenção de tratamento do Feng Shui. A conciliação entre arquitetura, design e harmonização deve ser o ideal em qualquer ambiente.

Como deve ser o pagamento?

O consultor de Feng Shui, em princípio, estudou bastante para acumular conhecimento. Seu trabalho não é fruto de vidência ou de poderes paranormais, por isso, é um serviço prestado como qualquer outro. O pagamento pode ser efetuado da forma moderna: em dinheiro ou cheque, parcelado ou não. O uso de envelopes vermelhos é superstição.
O profissional até pode não cobrar pelos serviços prestados, mas isso se faz como caridade, por livre-arbítrio do consultor. Sempre é importante observar o bom senso: consultas muito baratas ou com preços exorbitantes denotam que há algo errado no serviço prestado.