sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ousadia e criatividade podem valorizar uma simples parede

Neste projeto, apostamos no aproveitamento de uma longa parede que, normalmente, só tem serventia para a circulação, e criamos o conceito de parede-galeria. Claro que o uso de parede para pendurar quadros não é algo novo, mas, neste caso, a parede é trabalhada para oferecer, além do destaque proporcionado pela luz (LED) na cor quente, e também há o elemento-surpresa guardado atrás da porta de correr, que são obras raras e especiais..
 Aqui, a moradora escolheu papel de parede adamascado (Celina Dias), como opção para um fundo suave, que não concorra com os quadros de sua coleção particular. O projeto encontra-se em execução num apartamento-padrão paulistano.

sábado, 4 de junho de 2011

Lavabo: capricho no visual...

Perspectiva artística de um lavabo de uma resiência em construção
 no Butantã, São Paulo. Espelho amplia o ambiente.
             O lavabo, geralmente o menor ambiente de uma casa (ocupando cerca de 2 a 5m2 de área), é, juntamente com a sala, o “cartão de apresentação” da residência. Exatamente por ser destinado às visitas, não deve ser negligenciado na hora de se fazer o projeto de decoração. Pelo contrário, é aí que a ousadia com a escolha de estilos, cores e materiais pode ser maior.     
             Como não há a presença do chuveiro, podem ser adotados materiais como tecido, papel de parede, madeira, pedras etc. O uso de espelhos ajuda a dar sensação de amplitude e eles podem ser combinados, inclusive com cores escuras. Tudo isso aliado a uma boa iluminação (pontos de luzes focais, arandelas ou luzes sob a bancada) faz do lavabo um dos lugares mais requintados da casa.
             Quanto os objetos, o mínimo possível: vale a pena investir em saboneteira, cabides, papeleira e cesto de lixo bem acabados, que não corram o risco de enferrujar ou de quebrar.
             Não é aconselhável usar plantas naturais se não houver fonte de luz natural e, as plantas artificiais – por mais bonitas que possam parecer – logo se enchem de pó, portanto, devem ser evitadas.
             O importante é saber que mesmo um pequeno lavabo merece um projeto bem planejado. Depois, serão só elogios.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Casa Cor 2011: um olhar crítico

por Lúcia Vale

 
Boulangerie

A Casa Cor São Paulo 2011 apresenta vários projetos viáveis. Embora seja um evento mais voltado à decoração-conceito, cujos participantes podem explorar e extrapolar ao máximo sua criatividade, considero que, neste ano, muitos dos trabalhos exibidos têm forte potencial de viabilidade de execução, tanto no que concerne ao aproveitamento dos espaços, quanto às paletas de cores adotadas, bem como aos materiais.
Um espaço que pode ser considerado um bom exemplo é a Boulangerie, da arquiteta Carla Dias. Nele há uma interessante mistura de materiais rústicos e modernos, com os quais é possível observar também a inusitada paleta de cores, em que cores neutras dialogam com uma variada gama de peças coloridas aplicadas em painéis nas paredes. Nesse sentido, projetos assim fazem jus ao nome do evento.
O destaque desse projeto vai para o uso do roxo e do lilás, demonstrando uma certa ousadia por parte da profissional. Da mesma forma, o projeto luminotécnico contribui para incrementar a atmosfera do ambiente, uma preocupação que não é exclusividade desse ambiente.

Sala multiuso

Na sala multiuso, de Carla Dichy, a paleta de cores neutras mostra que essa tendência não foi posta de lado, e convenhamos, tem um forte apelo comercial, o que está longe de ser ruim, afinal, um projeto como esse é sempre garantia de aceitação. A quebra da monotonia das cores se faz pela escolha das texturas, aplicadas estrategicamente em pontos isolados.
Um cliente que escolher um ambiente assim pode ainda incrementar nas almofadas e em tapetes, tendo o cuidado, apenas, de não fugir muito da paleta proposta, nem da linguagem geométrica adotada, nitidamente presente na estante – de design incomum, mas pouco prática.



Casa Cor Primal

Na década de 80, eu já adotava o verde para cozinha - algo raro na época – e cuja aceitação era bastante restrita, afinal a cor da moda era o caramelo. Nessa proposta, a designer adotou uma cor que já fora vista na feira Office Solution de 2010, apresentada pela Securit.
Portanto, embora não seja assim uma novidade, o ambiente de Jóia Bergamo utiliza com parcimônia o verde-azulado, numa tonalidade neutralizada, o que contribui para a leveza do projeto. No mais, não há muita novidade: poltronas Tulipa, balcão de serviço integrado à mesa de refeições e também à área de trabalho. O fato é que o conceito espaço gourmet ainda se mantém firme nesta edição da Casa Cor.

Floricultura

Quem trabalha no ramo – eu já trabalhei – sabe que, na prática, essa distribuição não funciona. A beleza de uma floricultura está nas flores e nada deve competir com elas. Contudo, a escolha do fundo neutro foi feliz, justamente por não acirrar essa competição. Outro problema que vejo é a iluminação: precária para uma floricultura, pois faltam spots dirigidos com lâmpadas com IRC 100 e filtro ultravioleta, o que há de melhor para iluminar “mercadorias”  do gênero. E se não fosse pela exposição dessas poucas “mercadorias”, esse ambiente bem poderia ser o hall de um edifício residencial.

Fonte das imagens: portal Tecto – Ação Editora - acesso em 26/5/2011



quarta-feira, 18 de maio de 2011

Arranjo de Girassol na Decoração


            A flor conhecida como girassol, cujo nome científico é Helianthus annus, tem-se tornando cada vez mais frequente em arranjos e em jardins. Essa flor é valorizada por paisagistas e decoradores pela beleza e pelo aspecto exótico que confere à decoração,  especialmente por causa da cor amarela vibrante.
            O girassol, com seus talos altos e firmes, permite fácil manuseio para confecção de arranjos florais. Com apenas poucas flores e algumas folhagens de porte grande, é possível realizar criativos arranjos, quer sejam rústicos ou mais sofisticados.
O arranjo rústico é apropriado para eventos ao ar livre, em sítios, chácaras ou jardins. Para se criar o efeito rústico, é aconselhável começar pela base: cachepôs de troncos de madeira (foto), casca de árvore ou de cipó. Utilize muita folhagem de tamanho largo (palmeira areca-bambu ou costela-de-adão) para dar volume ao arranjo. Acrescente junco verde, junco seco, papiro e outras flores menores à livre escolha. Se você vai dar uma festa à noite, acrescente uma vela aromática ao arranjo – essências de coco ou citronela. A essência de coco é adocicada e desperta o apetite. A citronela, por sua vez, é aconselhável para lugares propensos à presença de mosquitos indesejáveis.
            Você pode dispor os arranjos no chão ou sobre pedestais de bambu, guarnecidos de tecidos rústicos, como a juta, por exemplo (foto). Já os arranjos menores podem ficar dispostos sobre as mesas de refeições o ou nas bancadas de serviço.

Outro tipo de arranjo que se pode fazer com o girassol é o arranjo sofisticado, em base de vidro transparente ou colorido. Uma sugestão: combinar o amarelo natural do girassol com o azul da crista-de-galo tingida, numa base de vidro também azul. Essa combinação vai bem em ambientes modernos, que abusam de móveis escuros e com estofados de cores neutras, sobre base de fibras sintéticas.
Geralmente, a durabilidade de um arranjo de girassóis é de quatro dias, em média, dependendo da temperatura ambiente (cerca de 22ºC) e dos cuidados, tais como a rega diária e a retirada de flores e de folhas murchas. Os cachepôs, cuja durabilidade é maior, podem ser reaproveitados para os próximos arranjos.



Fotos: Lúcia Vale

domingo, 13 de março de 2011

Design Anos 50

O período do pós-guerra ficou marcado pelo consumo desenfreado, típico das épocas que se seguem a grandes depressões. Na decoração, jogava-se fora tudo o que se julgava velho, aderia-se a um novo estilo de mobiliário, o que significava um estilo de vida moderno e dinâmico.
A partir da década de 1950, o design modernista tem total adesão da classe média, cujo discurso foi amplamente difundido pela mídia crescente: revistas, rádio e TV. No Brasil, as experiências de linhas modernistas da década introduziram o design e a linguagem moderna no mobiliário nacional. Traçando uma dessas bem-sucedidas empreitadas, Marlene Acayaba resgata a história dos móveis Branco & Preto, cuja loja, de mesmo nome, foi inaugurada em São Paulo, em 1952, pelos arquitetos Miguel Forte, Jacob Ruchti, Plínio Croce, Roberto Aflalo, Carlos Millan e Chen Y Hwa.
             Contemporâneos de Joaquim Tenreiro, considerado o mestre de todos, o grupo de arquitetos queria conceber uma linha de móveis que se adequasse aos novos ambientes modernos que surgiam àquela época para os paulistanos. Sua produção está agora registrada e temos condições de constatar que os móveis Branco & Preto ainda hoje conservam sua elegância e leveza.


Características:
Planta livre (ideia original de Le Corbusier) e mezaninos
Cores neutralizadas: bege, verde-musgo, verde oliva, fêndi, madeira
Frigorífico: Modelos gigantescos em cores vivas, formas arredondadas
Persianas: de cores neutralizadas (vermelho, verde-lima, amarelo e rosa-choque, verde-musgo); cores pastéis;
Tecidos com estampas abstratas;
Objetos kitsch : baldes de gelo e jarras de suco em forma de abacaxi, imagens de patos voando pelas paredes e bibelôs dinâmicos como bonecas havaianas e cães, pinguins sobre a geladeira
Pastilhas de cerâmica
Madeiras: caviúna e jacarandá



Fonte das imagens:
Revista Casa Cláudia, ano 31, nº 7, julho de 2007, págs. 26,36, 37,67, 97,108,126.

quarta-feira, 9 de março de 2011

O que é Feng Shui?

Este conteúdo está também no Programa Visita Vip, Rádio USP, em 18/10/2010


Literalmente, Feng Shui (lê-se [fong shoei]) significa “vento e água”. Sua prática data de cerca de 5000 anos, na China. “Vento” remete à energia do ar, e “água”, substância que dá origem à vida. Os antigos mestres chineses do Feng Shui acreditavam que a energia que flui pela natureza, o Chi (pronuncia-se [ki]), estava presente na interação entre os cinco elementos básicos: ar, água, fogo, madeira e terra. É, portanto, um conhecimento baseado na compreensão das forças na natureza, influenciado, principalmente, pelo campo geomagnético terrestre.

O Feng Shui é adivinhação? Promove milagres?
Não. Não é possível usar as técnicas do Feng Shui para realizar adivinhações ou promover curas milagrosas. Não existe uso do Feng Shui para se ganhar na loteria ou para curar doenças incuráveis. Se alguém prometer isso a você, será puro charlatanismo. Feng Shui busca a harmonização do ambiente com relação à circulação de energias da natureza. Não serve para resolver todos os males da humanidade, porque estes dependem de inúmeros outros fatores.

Feng Shui tem relação com algum tipo de religião? É esoterismo?
Não. Embora tenha origem chinesa, nada tem a ver com qualquer tipo de religião oriental. Esse estudo está baseado em práticas empíricas de observação de fenômenos naturais. Embasa alguns de seus fundamentos no Taoísmo, mas é mais por uma questão filosófica do que por mero esoterismo.

Feng Shui usa amuletos mágicos?
Não. Alguns consultores de Feng Shui costumam sugerir como “curas” o uso de certos amuletos ou talismãs, como flautas de bambu, espelhos, cristais. Isso tudo é fruto de crendices e superstições que foram agregados ao Feng Shui no ocidente, muitas vezes, por mera coincidência. É claro que um espelho bem posicionado pode dar sensação de amplitude e proporcionar maior luminosidade a um ambiente, tornando-o mais acolhedor. Por outro lado, o uso indiscriminado de espelhos também pode ser maléfico. Sinos de vento podem ser agradáveis para algumas pessoas e irritante para outras. Imagine que triste seria a cura por sino de vento para alguém que não gosta de ouvir o seu som o dia inteiro. No entanto, ele pode ser útil a quem mora em lugares propensos a tornados, por dar aviso da aproximação de uma tempestade. Uma coisa é certa: o Feng Shui não pode mudar a configuração climática da Terra.

Como devem ser as curas pelo Feng Shui?

As curas propostas pelo Feng Shui não devem ser aparentes ou escandalosas, fazendo de sua casa ou escritório um templo chinês. A aplicação correta das curas deve ser discreta e natural, de forma que quem entre em sua casa ou em seu escritório, nem perceba que ali houve intervenção do Feng Shui, a não ser pelo bem estar que o ambiente proporciona.

O que o profissional de Feng Shui deve fazer numa consulta?
Primeiramente, o profissional qualificado deve levar em consideração quatro itens principais: a construção, as pessoas, o ambiente e o tempo. Para isso, o profissional deve ter as seguintes informações:
1. A data de nascimento dos habitantes
2. A data em que a construção foi feita
3. A data em que as pessoas mudaram para o local
4. A planta baixa do local em escala
5. Analisar o local pessoalmente


É possível fazer consulta à distância?

Consulta completa não. Somente dar algumas orientações básicas. Mesmo assim, se o cliente insistir, ele precisará passar ao consultor dados importantes como: planta baixa, com indicação dos pontos cardeais (o norte já é suficiente); medidas do ambiente em metros, posicionamento atual dos móveis, além das informações da questão anterior. Isso tudo dá muito trabalho; às, vezes, é mais fácil chamar o profissional in loco.

Quais são os primeiros procedimentos do consultor de Feng Shui?

Antes de tudo, a primeira coisa a ser examinada é o ambiente externo (o entorno: se há prédios altos, se há árvores, rio, córrego, etc.). Depois, deve-se examinar o ambiente interno: posicionamento de móveis, portas, janelas, existência de vigas, escadas, etc.) Então, o profissional irá calcular as direções (pontos cardeais) usando uma bússola, para proceder ao estudo com o Ba-Guá.

Quais são os principais problemas encontrados pelo consultor de Feng Shui?

Externamente, a presença maciça de prédios altos, ruas transversais, elementos que obstruem passagem ou visibilidade, tais como árvores na frente da porta, postes, obeliscos etc. Internamente, encontram-se: coisas entulhadas, objetos velhos e inúteis atravancando os espaços; sujeira; umidade; cores usadas de maneira inapropriada; iluminação precária; portas mal posicionadas, etc.

É possível conciliar uma decoração bonita e moderna ao Feng Shui?

Como dito antes, um ambiente não precisa (aliás, nem deve) demonstrar que teve intervenção de tratamento do Feng Shui. A conciliação entre arquitetura, design e harmonização deve ser o ideal em qualquer ambiente.

Como deve ser o pagamento?

O consultor de Feng Shui, em princípio, estudou bastante para acumular conhecimento. Seu trabalho não é fruto de vidência ou de poderes paranormais, por isso, é um serviço prestado como qualquer outro. O pagamento pode ser efetuado da forma moderna: em dinheiro ou cheque, parcelado ou não. O uso de envelopes vermelhos é superstição.
O profissional até pode não cobrar pelos serviços prestados, mas isso se faz como caridade, por livre-arbítrio do consultor. Sempre é importante observar o bom senso: consultas muito baratas ou com preços exorbitantes denotam que há algo errado no serviço prestado.